- O que aconteceu: O Tesouro dos EUA sancionou 10 alvos ligados a Irã e Venezuela; entre eles, a EANSA e seu presidente, por montagem e suporte a drones iranianos.
- Por que importa: Sanções afetam cadeias de manutenção, pagamentos internacionais e compliance na região; maior escrutínio sobre fornecedores e peças relacionadas a VANTs.
- O que muda na prática: Operadores e oficinas devem checar listas da OFAC, revisar contratos e procedimentos de due diligence e mapear riscos de abastecimento.
Por Redação EPA
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou, em 30 de dezembro de 2025, sanções contra dez indivíduos e entidades vinculadas ao Irã e à Venezuela, incluindo a Empresa Aeronáutica Nacional SA (EANSA). No contexto das notícias da aviação, a medida mira a montagem, manutenção e fornecimento de drones de origem iraniana ao governo venezuelano.
Segundo o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), a ação busca responsabilizar Caracas e Teerã pela proliferação de armamentos considerados desestabilizadores: “O Tesouro está responsabilizando o Irã e a Venezuela pela proliferação agressiva e imprudente de armas letais ao redor do mundo”, disse John K. Hurley, subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira. A rodada amplia designações de outubro e novembro e se alinha, segundo Washington, à reimposição de sanções da ONU em 27 de setembro de 2025.
No centro das designações estão a EANSA e seu presidente, Jose Jesus Urdaneta Gonzalez. Conforme o OFAC, desde 2006 Irã e Venezuela coordenam o fornecimento de UAVs da série Mohajer, fabricados pela Qods Aviation Industries (QAI) e rebatizados localmente como ANSU. A EANSA supervisiona montagem e manutenção desses VANTs no país e teria negociado a aquisição de Mohajer-2 por valores de milhões de dólares.
O Mohajer-6 é descrito como drone de ISR (inteligência, vigilância e reconhecimento) com capacidade de ataque. A EANSA também mantém aeronaves operadas pelas Forças Armadas venezuelanas, incluindo o Mohajer-2, conhecido como Arpia ou ANSU-100, que pode empregar bombas guiadas Qaem. O Tesouro afirma que os programas iranianos de drones e mísseis ameaçam militares dos EUA e aliados no Oriente Médio e a navegação no Mar Vermelho. As sanções invocam o Memorando Presidencial de Segurança Nacional nº 2 e as Ordens Executivas 13382 (proliferação de ADM) e 13949 (armamentos convencionais do Irã).
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Compliance e compras: Reforce due diligence de fornecedores e peças. Consulte listas da OFAC (SDN list) antes de contratar, pagar ou importar.
- Pagamentos e bancos: Transações com partes sancionadas podem ser bloqueadas. Planeje rotas de pagamento e verifique políticas de instituições financeiras.
- Manutenção e estoque: Avalie riscos de suprimento de componentes ligados a VANTs; mantenha alternativas homologadas e documentação de rastreabilidade.
- Operação de drones: Garanta conformidade ao RBAC-E 94 (ANAC), que estabelece regras de operação de aeronaves não tripuladas no Brasil, incluindo requisitos de segurança e cadastro.
- Contratos e seguros: Revise cláusulas de sanções e embargos. Seguradoras podem exigir comprovação de compliance e screening atualizado.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
Embora o foco seja geopolítico e de sanções, há reflexos diretos em segurança operacional e gestão de risco. Organizações aéreas devem integrar o tema sanções ao SGSO (Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional), tratando o compliance como barreira preventiva: seleção de fornecedores, verificação de origem de peças e registro de decisões técnicas. Para quem acompanha notícias aviação, o recado principal é padronizar checagens de listas de sanções e manter evidências auditáveis.
Regras citadas: RBAC-E 94 (ANAC) — define requisitos para uso de aeronaves não tripuladas; Ordens Executivas dos EUA 13382/13949 — programas de sanções voltados a proliferadores e armamentos do Irã; e diretrizes do OFAC — referência prática para screening e restrições financeiras. Lição prática: treine equipes em screening de terceiros, documentação de conformidade e respostas a bloqueios de pagamento.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: Sanções do Tesouro dos EUA (30.dez.2025) a 10 alvos ligados a Irã e Venezuela, incluindo a EANSA.
- Confirmado: Foco em montagem/manutenção de drones Mohajer (QAI) na Venezuela; EANSA e seu presidente foram designados pelo OFAC.
- Em apuração: Lista completa dos 10 alvos e impactos contratuais específicos; detalhes sobre a referência a um Boeing 747 anteriormente apreendido e destruído.
Mini-glossário (1 minuto)
- OFAC: Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA; administra e faz cumprir sanções econômicas.
- UAV/VANT: Veículo Aéreo Não Tripulado; aeronave sem piloto a bordo, operada remotamente ou de forma autônoma.
- RBAC-E 94: Regulamento da ANAC que estabelece regras gerais para operação de drones no Brasil.
Fontes consultadas
- Departamento do Tesouro dos EUA — comunicado oficial (30.dez.2025)
- OFAC — informações sobre sanções e listas (acesso em data de publicação)
- Programas de sanções — Irã (Tesouro dos EUA)
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