- O que aconteceu: O setor de turismo do Rio criticou o plano do governo de ampliar em 1 a 1,5 milhão o teto de passageiros do Aeroporto Santos Dumont em 2026.
- Por que importa: A coordenação com o Galeão desde 2023 elevou a conectividade e o fluxo; entidades temem desequilíbrio da malha e perda de ganhos recentes.
- O que muda na prática: Possível redistribuição de slots e ajustes de malha podem alterar horários de pico, procedimentos em solo e planejamento de tripulações e manutenção.
Por Redação EPA
Entidades do turismo do Rio se posicionaram contra a ampliação do teto de passageiros no Aeroporto Santos Dumont a partir de 2026, anunciada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, alegando risco de retrocesso na recuperação do Galeão. O tema ganhou destaque nas notícias da aviação pela relevância operacional no Rio.
Segundo o trade e dados da ANAC, após dois anos de limites e a coordenação entre Santos Dumont e Galeão iniciada em outubro de 2023, os resultados foram positivos: o Galeão cresceu mais de 50% em passageiros no 1º trimestre de 2025; entre janeiro e julho de 2025, recebeu quase 10 milhões de viajantes, 3,2 milhões a mais que em 2024. De 2023 a 2025, a movimentação somada dos dois aeroportos subiu 21%, acima do crescimento nacional de 13% (excluindo o Rio).
Para Marcelo Siciliano, presidente da Abav-RJ, “a coordenação aeroportuária funciona e precisa ser preservada”. Marcelo Conde, da Associação Rio Vamos Vencer, pediu intervenção do prefeito Eduardo Paes e afirmou que a medida atual fortaleceu o Galeão e ampliou a conectividade, citando o avanço do turismo internacional. Luiz Strauss, do Visit Rio, também demonstrou preocupação com possível “retrocesso” nos ganhos obtidos.
Para quem acompanha notícias aviação, o ponto central é o equilíbrio Santos Dumont–Galeão: qualquer alteração de teto e slots impacta conectividade, eventos, negócios e a logística de passageiros e cargas na TMA Rio.
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Pilotos RBAC 121/135: atenção a janelas de slot no SDU e picos de movimento; revise alternados e briefings de TMA, NOTAMs e tempos de solo.
- Operações em solo: maior pressão em turnarounds no SDU pode exigir ajustes de alocação de gate/rádio e coordenação A-CDM com despacho e manutenção.
- Estudantes e instrutores: acompanhem atualizações da ANAC e do Ministério; usem o tema para estudar planejamento de malha, slots e gestão de capacidade.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
O debate é menos sobre “mais ou menos voos” e mais sobre distribuição eficiente de capacidade. Em aeroportos centrais como o Santos Dumont, gestão de slots, tempos de táxi e coordenação com o Galeão ajudam a reduzir saturação em picos e a manter previsibilidade operacional.
Do ponto de vista regulatório: o RBAC 121 (transporte aéreo regular) e o RBAC 135 (táxi-aéreo/charter) regem padrões de operação e planejamento. Alterações de capacidade e coordenação afetam a malha, escalas, alternados e, potencialmente, o gerenciamento de risco operacional (briefing, combustível, tempos de solo e conexão).
Recomendação geral de instrução: reforçar planejamento de desempenho em pistas curtas, gerenciamento de atrasos em solo, comunicação ATC em picos, e leitura de NOTAMs e AIP sobre coordenação e restrições temporais. Para manutenção, revisar planos de line maintenance e logística de peças em cenários de maior densidade de voos.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: Proposta do Ministério de ampliar em 1 a 1,5 milhão o teto de passageiros do Santos Dumont em 2026.
- Confirmado: Coordenação entre Santos Dumont e Galeão desde outubro de 2023; crescimento do Galeão >50% no 1º tri de 2025 e quase 10 milhões de passageiros entre jan–jul/2025, segundo ANAC.
- Confirmado: Movimento conjunto SDU+GIG cresceu 21% (2023–2025), acima do nacional de 13% (excluindo Rio).
- Em apuração: Valor final do teto, distribuição de slots entre SDU e GIG, e cronograma de consulta pública/implementação.
Mini-glossário (1 minuto)
- RBAC 121: Regulamento da ANAC para operações de transporte aéreo regular de empresas aéreas.
- Slot aeroportuário: Autorização para operar decolagem/pouso em horário específico em aeroporto coordenado.
- Coordenação aeroportuária: Processo que alinha slots, infraestrutura e demanda para evitar saturação e atrasos.
Fontes consultadas
- Nota do trade turístico do Rio de Janeiro (2025)
- ANAC — Agência Nacional de Aviação Civil
- Ministério de Portos e Aeroportos
✈️ Não seja surpreendido na banca da ANAC
Notícias mudam, mas a base teórica é o que garante sua segurança e sua carteira. Garanta sua aprovação estudando com quem entende.

