Petrobras inicia entregas de SAF no Brasil; MPor coordena transição até 2029

• O que aconteceu: Petrobras iniciou as primeiras entregas de SAF 100% produzido no Brasil; governo estruturou fórum e políticas para o novo mercado.
• Por que importa: país consolida base técnica, produtiva e regulatória para atender a demanda nacional até 2029, com potencial de redução de CO₂ segundo a Petrobras.
• O que muda na prática: operadores e escolas devem acompanhar diretrizes de abastecimento, documentação e qualidade do combustível sob coordenação federal.

Por Redação EPA

O Brasil fechou 2025 com um passo concreto na descarbonização da aviação: a Petrobras iniciou as primeiras entregas de combustível sustentável (SAF) produzido integralmente no país.

Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a medida integra políticas públicas que estruturam mercado e regulação — tema central nas notícias da aviação neste ano.

Ao longo de 2025, o MPor, em parceria com o Ministério de Minas e Energia, criou o Fórum de Transição Energética na Aviação Civil (Fotea) para propor políticas, coordenar ações e monitorar o programa de SAF, alinhado à Lei do Combustível do Futuro (Lei 14.993/24). A meta divulgada é consolidar capacidade técnica, produtiva e regulatória para suprir a demanda nacional até 2029.

De acordo com a Petrobras, a fração renovável do SAF — obtida a partir de matérias-primas vegetais e processada junto ao querosene de aviação — pode permitir até 87% de redução nas emissões líquidas de carbono. O Brasil reúne indústria de refino, experiência em biocombustíveis e oferta de insumos agrícolas, favorecendo uma cadeia produtiva sustentável aderente a padrões internacionais.

O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)

• Piloto/aluno: acompanhe os comunicados da sua companhia/aeroclube sobre abastecimento, registros no diário de bordo e documentação de combustível.
• Mecânico: atenção aos procedimentos de recebimento, filtragem e controle de qualidade do combustível, conforme manuais e rotinas internas do operador.
• Operador/escola: planeje a transição no SGSO (sistema de gerenciamento da segurança), padronize checklists e treine equipes para a nova logística de suprimento.

Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução

O avanço do SAF no Brasil é antes de tudo um projeto de gestão de risco e conformidade. A introdução de um novo combustível exige procedimentos claros de controle de qualidade, rastreabilidade de lotes e comunicação entre fornecedor, operador e equipe de manutenção.

Na operação, a prioridade é manter a aderência aos manuais e políticas internas. Em operadores certificados (por exemplo, sob RBAC 121 e RBAC 135, regulamentos brasileiros para transporte aéreo regular e não regular), mudanças de combustível devem ser refletidas em programas de treinamento, manutenção e registros operacionais.

Para a instrução, vale reforçar: consistência nos briefings de abastecimento, conferência documental e cultura de reporte. Em caso de mudanças de oferta em aeroportos, verifique publicações e comunicados oficiais do operador e das autoridades.

O que sabemos e o que ainda falta confirmar

• Confirmado: primeiras entregas de SAF 100% produzido no Brasil foram anunciadas pela Petrobras.
• Confirmado: criação do Fotea (MPor e MME) e alinhamento do programa à Lei do Combustível do Futuro (Lei 14.993/24).
• Em apuração: cronograma detalhado de expansão de oferta, preços, disponibilidade por aeroporto e diretrizes operacionais específicas para operadores.

Mini-glossário (1 minuto)

• SAF (Sustainable Aviation Fuel): combustível de aviação com componente renovável, capaz de reduzir emissões de CO₂ no ciclo de vida.
• Fotea: Fórum de Transição Energética na Aviação Civil, comitê interministerial para coordenar políticas do SAF.
• Lei do Combustível do Futuro (Lei 14.993/24): marco legal que orienta metas e instrumentos para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis no Brasil.

Fontes consultadas

• Ministério de Portos e Aeroportos (2025)
• Petrobras — biocombustíveis (2025)
• Lei 14.993/2024 — Planalto

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