O FATO: O Governo Federal liberou R$ 8 milhões para intervenções em três aeroportos regionais: R$ 5,5 milhões para o aeroporto de Bacabal (MA), cerca de R$ 1 milhão para estudos e projetos de engenharia do aeroporto de Santa Inês (MA) e pouco mais de R$ 1,5 milhão para a aquisição, instalação e homologação do PAPI no aeroporto de Varginha (MG). As ações indicadas pelo Ministério dos Portos e Aeroportos visam reforçar a infraestrutura, a Segurança de Voo e a conectividade regional.
Contexto operacional: Bacabal está sem voos regulares há cerca de oito anos devido a limitações operacionais; Santa Inês consta no sistema da Aeronáutica, mas tem pousos proibidos pela ANAC. Em Varginha foi assinado termo de compromisso para instalar o sistema PAPI nas cabeceiras da pista.
ANÁLISE TÉCNICA E EDUCACIONAL:
Os itens citados — balizamento, PAPI, sinalização horizontal, biruta iluminada e farol rotativo — são intervenções essenciais para elevar o padrão mínimo de operação visual e noturna em aeródromos regionais.
O que é e como funciona o PAPI: o PAPI (sistema indicador de percurso de aproximação de precisão) é um auxílio visual que fornece orientação vertical ao piloto por meio de luzes vermelho/branco, indicando se a aeronave está na trajetória de planeio adequada durante a aproximação visual. Importante: o PAPI é um auxílio visual — ele não converte automaticamente um aeródromo em apto para operações por instrumentos (IFR), que dependem de procedimentos, navegação e certificações adicionais.
Balizamento e iluminação: o balizamento inclui iluminação de pista (bordas, cabeceiras e, quando aplicável, sistema de aproximação) e permite operações noturnas com maior segurança. A biruta iluminada fornece referência de direção e intensidade do vento, e o farol rotativo ajuda na identificação do aeródromo à noite ou em condições de visibilidade reduzida.
Sinalização horizontal (marcas de pista, táxi e limiar) é fundamental para orientação visual em solo e para manter conformidade com exigências de pavimentação e manutenção. Estudos e projetos de engenharia — como o previsto para Santa Inês — são etapas obrigatórias para diagnóstico, definição de intervenções e obtenção de autorizações junto à ANAC e à Força Aérea.
Impacto prático para pilotos em formação e mecânicos:
- Pilotos: o retorno de balizamento e PAPI exige treino específico em aproximações noturnas e em interpretação correta das luzes do PAPI; reforça a necessidade de verificar cartas, NOTAMs e condições operacionais locais antes de planejar voos.
- Instrutores: terão material real para treinar transição VFR noturno e tomada de decisão operacional sobre alternates e limitações locais.
- Mecânicos e técnicos: participarão de instalação, calibração e manutenção de sistemas luminotécnicos e do próprio PAPI, além de seguir procedimentos de homologação e registros exigidos por órgãos reguladores.
Do ponto de vista do Mercado de Aviação, investimentos deste porte podem ser catalisadores para retomada de conectividade regional, atraindo operadores regionais e fomentando demanda por formação técnica e por profissionais capacitados em operações de aeródromo.
Observação regulatória: melhorias de infraestrutura são passo necessário, porém não suficiente; a retomada plena de operações regulares depende de conformidade com exigências da ANAC, procedimentos de homologação e eventuais adaptações operacionais por parte das companhias aéreas.
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