- O que aconteceu: FAB transportou 232 órgãos em 2025; o 6º ETA (Esquadrão Guará), de Brasília, levou 119 e bateu seu recorde.
- Por que importa: Missões TOTEQ são sensíveis ao tempo; coordenação entre CNT, COMAE e CGNA acelera transplantes e salva vidas.
- O que muda na prática: Lições operacionais sobre planejamento, meteorologia, prontidão de frota e padronização para voos críticos.
Por Redação EPA
Quando minutos definem vidas, a Força Aérea Brasileira cruzou o país e entregou 232 órgãos em 2025; o Esquadrão Guará levou 119 e quebrou seu recorde.
No radar de quem acompanha notícias da aviação, os dados oficiais indicam 125 acionamentos ao longo do ano e 693 horas de voo dedicadas às missões TOTEQ.
Segundo o comandante do 6º ETA, Tenente-Coronel Aviador Daniel Rodrigues Oliveira, “As aeronaves do 6º ETA cruzaram todas as regiões do Brasil, somando 693 horas de voo dedicadas exclusivamente a essas missões de elevado valor humanitário. O esforço operacional envolveu uma frota diversificada: 347 horas com o U-100 Phenom; 226 horas com o C-97 Brasília; 71 horas com o C-98 Caravan; e 47 horas com o C-95 Bandeirante. Entre essas, o U-100 Phenom destacou-se como a aeronave mais empregada, graças à sua velocidade, autonomia e confiabilidade, características essenciais quando o tempo é o principal adversário”.
Em 2025, o Esquadrão Guará transportou 38 corações, 63 fígados, oito pulmões, oito rins, além de um baço e um linfonodo. A unidade superou o recorde anterior (110 órgãos em 2022) e se consolidou como a que mais realiza esse tipo de missão na FAB.
A Tenente Aviadora Karoline Ribeiro Loureiro realizou 24 voos de transporte de órgãos no ano: “O transporte de órgãos é, entre todos os voos que realizamos, o mais gratificante. Não levamos apenas o órgão em si, mas a esperança de uma nova vida e a renovação de toda uma família. Sinto-me extremamente honrada por ter participado de tantas missões desse tipo em 2025 e tenho muito orgulho de fazer parte do Esquadrão Guará, contribuindo para salvar tantas vidas”.
As missões de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ) começam na Central Nacional de Transplantes (CNT). Após checar a logística com aviação comercial, a CNT aciona a FAB quando necessário. Em Brasília, o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) define a unidade aérea, e o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA/DECEA) coordena o fluxo para acelerar o trajeto. O Decreto nº 9.175/2017 obriga a FAB a manter aeronave disponível para demandas do Ministério da Saúde.
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Planejamento para voos críticos: briefings curtos e objetivos, rotas IFR com alternados viáveis e combustível de contingência conservador.
- Gestão do tempo e do risco: priorize despacho meteorológico (METAR/TAF) e coordenação com o órgão ATC para minimizar esperas.
- Prontidão de frota: checagens pós-voo ágeis, disponibilidade de tripulação e manutenção preventiva para alta taxa de utilização.
- Comunicação e padronização: fraseologia clara com centros de controle e alinhamento com equipes médicas quanto a tempos de isquemia.
- Para operadores civis: revisar conformidade com RBAC 91/135 para missões aeromédicas e de transporte sob demanda.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
Operações sensíveis ao tempo exigem planejamento centrado em ameaça e erro (TEM), disciplina IFR e coordenação interagências. A priorização de aeronaves mais rápidas, como o U-100 Phenom, reduz exposição a meteorologia adversa e esperas.
Para o treinamento, recomendamos reforço em: despacho operacional, cálculo de alternados, gerenciamento de combustível, tomada de decisão sob pressão e CRM com equipes médicas.
Regulação: RBAC 91 define regras gerais de operação; RBAC 135 disciplina transporte sob demanda e táxi-aéreo (aplicável ao setor civil). NOTAM e coordenação com o CGNA são fundamentais para fluxo e possíveis restrições de espaço aéreo.
Para quem acompanha notícias aviação, vale observar como a integração CNT–COMAE–CGNA encurta o “tempo porta a porta” sem comprometer margens de segurança.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: 232 órgãos transportados pela FAB em 2025; 119 pelo 6º ETA (Esquadrão Guará).
- Confirmado: 125 acionamentos e 693 horas de voo dedicadas às missões TOTEQ.
- Confirmado: Frota e horas: 347h U-100 Phenom; 226h C-97 Brasília; 71h C-98 Caravan; 47h C-95 Bandeirante.
- Confirmado: Órgãos por tipo: 38 corações; 63 fígados; 8 pulmões; 8 rins; 1 baço; 1 linfonodo.
- Confirmado: Destaque individual: Tenente Aviadora Karoline Ribeiro Loureiro com 24 voos.
- Em apuração: Rotas específicas, tempos porta a porta, distribuição por estados e desfechos clínicos após os transplantes.
Mini-glossário (1 minuto)
- TOTEQ: Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes; missões aerotransportadas para viabilizar transplantes.
- COMAE: Comando de Operações Aeroespaciais; órgão da FAB que coordena e designa unidades para as missões.
- CGNA: Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (DECEA); coordena o fluxo aéreo para otimizar trajetos.
Fontes consultadas
- Força Aérea Brasileira — Informações institucionais (2025)
- Ministério da Saúde — Sistema Nacional de Transplantes/CNT
- DECEA/CGNA — Coordenação do fluxo aéreo
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