Imagem de capa horizontal 16:9 representando um Boeing 787-8 de 12 anos sendo desmontado no Reino Unido, com peças que aliviam MRO, destaque para a palavra-chave 'boeing 787 8 12'.

Boeing 787-8 de 12 anos será desmontado no Reino Unido; peças aliviam MRO

  • O que aconteceu: O Boeing 787-8 G-TUID, ex-TUI (fabricado em 2013), foi levado ao Aeroporto de Cotswold (Reino Unido) e deverá ser desmontado para venda de peças, segundo relato setorial.
  • Por que importa: A decisão do lessor reflete que, com a cadeia de suprimentos ainda pressionada, motores e componentes do 787-8 valem mais no mercado de reposição do que em novo contrato de leasing.
  • O que muda na prática: Pode aliviar prazos de MRO e reduzir AOG para operadores de 787, mas exige atenção redobrada à rastreabilidade e à documentação de componentes usados.

Por Redação EPA

Um Boeing 787-8 Dreamliner de matrícula G-TUID, fabricado em 2013 e operado pela TUI Airways (ex-Thomson), foi devolvido ao lessor no fim de novembro e direcionado ao Aeroporto de Cotswold, no interior da Inglaterra, local conhecido por armazenamento e desmanche de aeronaves.

De acordo com relato do perfil Turbine Traveller, o arrendador concluiu que a célula de 12 anos tem valor superior quando vendida em partes — especialmente motores — do que como aeronave completa em novo contrato. O mercado de componentes de longa maturação ainda sofre efeitos da pandemia.

O G-TUID deverá ser desmontado nas próximas semanas, com rápida colocação dos principais itens no mercado secundário. Setores de manutenção (MRO) e operadores de 787 podem se beneficiar de melhor disponibilidade de sobressalentes.

O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)

  • Pilotos: tendência de melhoria na disponibilidade de frota por menor tempo AOG (aircraft on ground). Impacto em despachos sob MEL (Minimum Equipment List) pode reduzir.
  • Mecânicos/MRO: maior oferta de peças reparáveis e serviceable exige controle rígido de traçabilidade (EASA Form 1/FAA 8130-3) e conformidade com RBAC 43 (regras de manutenção, Brasil) e RBAC 145 (organizações de manutenção certificadas).
  • Alunos/Carreira: mercado de pós-venda aquecido para widebodies. Oportunidades em logística, recebimento técnico, inspeção de incoming parts e gestão de confiabilidade.

Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução

A opção pelo desmonte de um widebody relativamente novo indica desequilíbrios econômicos e operacionais: atrasos de fornecedores e custos de leasing elevam o valor de motores e LRUs (line-replaceable units). Para a segurança operacional, o ponto-chave é a documentação e a condição de aeronavegabilidade dos componentes.

No Brasil, o RBAC 43 define requisitos de manutenção, o RBAC 145 qualifica as organizações de manutenção, e o RBAC 121 rege operações de transporte aéreo regular com programas de aeronavegabilidade continuada — cada peça usada precisa cumprir os dados aprovados e rastreabilidade completa.

Na prática, a canibalização/desmonte planejado pode reduzir deferrals, melhorar a disponibilidade de sobressalentes críticos e encurtar TAT de manutenção. Porém, gestores devem reforçar inspeções de recebimento, verificação de histórico (back-to-birth quando aplicável), e checar compatibilidade de configuração e boletins de serviço/ADs aplicáveis.

O que sabemos e o que ainda falta confirmar

  • Confirmado: 787-8 G-TUID, ex-TUI, foi devolvido ao lessor e está em Cotswold, aeroporto associado a estocagem e desmonte.
  • Confirmado: A avaliação do lessor é de que o valor em peças supera o de um novo arrendamento; motores são o ativo mais valioso.
  • Em apuração: Cronograma e empresa responsável pelo teardown; confirmação oficial do lessor; especificações dos componentes a serem disponibilizados e seu destino; se este será de fato o “terceiro” 787 desmontado, como relatado.

Mini-glossário (1 minuto)

  • Canibalização/Teardown: retirada planejada de peças de uma aeronave fora de serviço para reaproveitamento em outra.
  • Lessor: proprietário que arrenda aeronaves a operadores; decide entre renovar leasing, vender ou desmontar ativos.
  • MEL (Minimum Equipment List): lista mínima de equipamentos que podem estar inoperantes para despacho com segurança, sob condições e prazos definidos.

Fontes consultadas


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