O fato
Na noite de quinta-feira (4), um princípio de incêndio em um veículo de esteira de bagagens no Terminal 2 do aeroporto de Guarulhos (GRU) provocou a evacuação de um Airbus A320-200 da Latam (matrícula PR-MHR) que desembarcava após um voo comercial com destino a Porto Alegre (voo LA3418).
A fumaça gerada pelo equipamento acionou os protocolos de segurança. Passageiros ainda estavam a bordo quando a tripulação ordenou a saída imediata, instruindo a deixar pertences. A evacuação ocorreu pela ponte de embarque e pelas escorregadeiras de emergência. Segundo a companhia e o aeroporto, não houve feridos.
Equipes da Brigada contra Incêndio de Guarulhos e o pessoal de solo atuaram rapidamente para controlar o foco, que atingiu um equipamento de empresa terceirizada responsável pelas operações de carga. A Latam informou que os passageiros foram assistidos e reacomodados; o voo foi posteriormente operado por outro A320 (PR-XBR), decolando por volta de 01h25 do dia 5.
Análise técnica e educacional
Para quem estuda aviação — pilotos, comissários e mecânicos — este incidente oferece vários pontos práticos de aprendizado. Primeiro, é importante entender o que é um “veículo de esteira de bagagens”: trata-se de equipamento de apoio de rampa usado no carregamento e descarregamento de bagagens, com componentes elétricos, hidráulicos e estruturas móveis que exigem manutenção e inspeções regulares.
O acionamento imediato dos protocolos mostra a aplicação prática dos conceitos de Segurança de Voo e gestão de emergência no solo. A detecção de fumaça por tripulação ou solo deve levar a uma resposta rápida: isolamento da fonte, proteção de ocupantes e, se necessário, evacuação. A ordem para deixar pertences a bordo é um procedimento consolidado — a prioridade é preservar vidas, não bens materiais.
Do ponto de vista técnico, as possíveis causas de incêndios em equipamentos de rampa incluem falhas elétricas, superaquecimento por uso contínuo ou falhas mecânicas em sistemas auxiliares. Cabe à investigação conjunta entre a companhia, o operador aeroportuário e o prestador de serviços identificar a causa raiz antes de publicar conclusões. Evite, em análises preliminares, apontar causas sem relatório técnico.
Para instrutores e estudantes de pilotagem e cabine, destaque para:
- Treinamento de evacuação: prática de comandos claros, coordenação com a equipe de solo e uso de escorregadeiras. O CRM (Crew Resource Management) e a comunicação interna/externa foram cruciais neste caso.
- Procedimentos de cabine: instruções padronizadas (p.ex., “Leave everything”) e fluxo de evacuação pela ponte ou pelos tobogãs conforme situação.
- Relatório e investigação: documentação precisa do ocorrido e cooperação com o operador aeroportuário e com órgãos competentes garantem aprendizado organizacional e prevenção de recorrências.
Para mecânicos e pessoal de manutenção de rampa, os pontos práticos são: inspeções preditivas, registros de manutenção de equipamentos terceirizados, e verificação de sistemas elétricos e hidráulicos que possam gerar calor ou faíscas. A interface entre operador de rampa e companhia aérea deve prever procedimentos claros de bloqueio de equipamento e comunicação em caso de anomalia.
Finalmente, para estudantes e entusiastas, este episódio ressalta que incidentes no solo, embora menos visíveis que eventos em voo, têm potencial de comprometer operações e segurança. Manter disciplina nos procedimentos, treinar respostas de emergência e conhecer as funções das equipes de solo são partes essenciais da formação no Mercado de Aviação.
Segundo a empresa, os protocolos funcionaram conforme previsto e a situação foi rapidamente contida. A companhia segue prestando suporte aos passageiros e apurando as causas com o operador aeroportuário.
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