ANAC lança formulários para denunciar balões e raio laser — reporte mais rápido - Notícias da Aviação

O que aconteceu: A ANAC disponibilizou formulários específicos para reportar risco baloeiro e raio laser no Portal Único de Notificação.
Por que importa: Centraliza e agiliza o registro de riscos à segurança operacional, fortalecendo a prevenção com dados estruturados.
O que muda na prática: Qualquer cidadão pode relatar, em poucos passos, ocorrências com balões e feixes de laser direcionados a cabines de aeronaves.

Por Redação EPA

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) colocou no ar dois novos formulários de reporte: risco baloeiro e raio laser. Ambos estão acessíveis no Portal Único de Notificação e são abertos a qualquer cidadão.

Segundo a Agência, os novos canais substituem as vias de notificação anteriormente oferecidas pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A proposta é simplificar o envio, qualificar as informações e ampliar a capacidade de ação preventiva.

O formulário de risco baloeiro reúne relatos sobre balões livres não tripulados. Já o de raio laser é destinado a eventos de emissão de feixes de laser contra cabines, uma ameaça relevante principalmente em aproximações e decolagens.

O processo é direto: acesse o Portal Único de Notificação, selecione “Evento de Segurança Operacional” e escolha “risco baloeiro” ou “raio laser”.

O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)

Pilotos: Após a ocorrência, reporte no Portal Único de Notificação e informe o ATC quando aplicável. Registre horário, local (posição/altitude), fase do voo e efeitos na tripulação.
Mecânicos: Inclua no relato observações sobre possíveis impactos em manutenção (ex.: danos/fuligem por balões, resíduos) e registros técnicos quando houver inspeção decorrente.
Alunos e comissários: Conheça o fluxo de reporte e participe do preenchimento, quando delegado. Dados objetivos aumentam a eficácia da prevenção.
Operadores: Atualize SOPs e briefings para contemplar condutas diante de laser e avistamento de balões; integre o reporte ao SGSO.

Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução

Balões livres não tripulados podem causar incêndios, colisões e FOD (Foreign Object Debris). Ameaçam rotas de subida/descida e áreas de manobra. Já feixes de laser podem gerar ofuscamento, cegueira momentânea, desorientação e estresse na cabine, especialmente abaixo de 10.000 pés.

Procedimentos recomendados incluem comunicação imediata ao controle (quando em voo), registro detalhado pós-voo e revisão de briefings de aproximação/decolagem. Em empresas RBAC 121 (transporte aéreo regular) e RBAC 135 (táxi aéreo), alinhe com o SGSO para análise de tendência e mitigação. No RBAC 91 (regras gerais de operação), mantenha o reporte sistemático e a coordenação com autoridades locais quando cabível.

No treinamento, trate o tema em CRM/TEM (Threat and Error Management): identificação rápida do risco, divisão de tarefas, manutenção da consciência situacional, proteção ocular (evitar olhar diretamente para a fonte), e execução do plano de continência conforme SOP. Em manutenção, incorpore inspeções direcionadas caso haja suspeita de contato com materiais de balões (papel, arames) ou fuligem.

O que sabemos e o que ainda falta confirmar

Confirmado: Formulários de risco baloeiro e raio laser estão disponíveis no Portal Único de Notificação da ANAC.
Confirmado: Os novos formulários substituem os canais de notificação anteriormente oferecidos pelo CENIPA.
Em apuração: Estatísticas iniciais de uso, prazos médios de tratamento dos reportes e eventuais integrações futuras com sistemas estaduais/municipais.

Mini-glossário (1 minuto)

RBAC: Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil; estabelecem regras de licenças, operação e manutenção.
CENIPA: Órgão da FAB responsável por investigar e prevenir ocorrências aeronáuticas no Brasil.
Portal Único de Notificação (ANAC): Plataforma oficial para relatar eventos de segurança operacional à Agência.

Fontes consultadas

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