ANAC certifica Kodiak 900 da Daher para operação no Brasil

O fato

A Daher anunciou em 11 de junho que obteve o certificado de tipo da ANAC para o turboélice Kodiak 900, liberando a operação e permitindo o início das entregas no Brasil. A homologação viabiliza a operação da versão maior e mais rápida da família Kodiak em pistas não-preparadas e locais remotos, com aplicações utilitárias, corporativas e regionais.

Análise técnica e educacional

Do ponto de vista estrutural, o Kodiak 900 traz um aumento de 1,19 m no comprimento da fuselagem, com volume interno de 8,75 m³ e cabine ampliada em 20%, permitindo configuração para até dez ocupantes. Assentos removíveis (Summit+) oferecem flexibilidade entre passageiros e carga — um detalhe operacional importante para planejamento de massa e centragem e para missões multirrol.

O avião é equipado com o motor Pratt & Whitney Canada PT6A-140A de 900 shp, um turboprop robusto e amplamente conhecido no mercado. A motorização foi otimizada para desempenho em condições de calor e altitude (fenômeno conhecido como density altitude), o que afeta diretamente o desempenho de decolagem, subida e distância de pista necessária. A hélice pentapá Hartzell opera a 1.900 rpm — especificação alinhada ao objetivo de reduzir impacto sonoro em áreas com restrições de ruído.

Em desempenho, o Kodiak 900 atinge velocidade de cruzeiro de 210 nós e alcance de 1.129 milhas náuticas (2.090 km), oferecendo vantagem de alcance e velocidade sobre o Kodiak 100 já homologado no País. Os atributos de projeto preservam capacidades de STOL (Short Takeoff and Landing), ou seja, decolagens e pousos curtos, além de características de manejo que aumentam a segurança em operações em baixa velocidade, incluindo resistência a estol e parafuso.

Os aviônicos padrão são a suíte Garmin G1000 NXi, com telas de alta resolução e piloto automático avançado. A integração do GDL 60 e do PlaneSync introduz funcionalidades de aeronave conectada, como atualizações de banco de dados remotas e registro automatizado de informações — pontos relevantes para operadores que buscam eficiência operacional e registros de manutenção digitalizados.

Para estudantes e tripulações em formação: a chegada do Kodiak 900 ao mercado brasileiro representa a necessidade de treinar transições para turboprops de alta potência, com ênfase em gestão de potência do PT6, técnicas de performance em density altitude, procedimentos de emergência em motores a pistão/ turboprop (incluindo secções de torque e rpm), e proficiência em aviônicos glass cockpit como o G1000 NXi. Para mecânicos, a operação do PT6A exige domínio de inspeções específicas, calendários de manutenção e procedimentos de troubleshooting da família PT6, além do entendimento das interfaces entre motor, hélice e sistemas de controle eletrônicos.

No contexto do Mercado de Aviação brasileiro, a certificação amplia as opções para empresas de táxi aéreo, operações regionais e missões utilitárias em regiões remotas — especialmente onde a infraestrutura de solo é limitada. A homologação também cria demanda por instrução específica e suporte técnico local; a Daher reforçou isso ao inaugurar um escritório em São Paulo para ampliar atendimento a frotas TBM e Kodiak na América Latina.

Do ponto de vista regulatório, a validação da aeronave no Brasil segue a aceitação de certificados já emitidos pela FAA (EUA) em 2022 e pela EASA em 2023, processo comum em homologações internacionais. O entendimento dos requisitos da ANAC e dos regulamentos aplicáveis (por exemplo, RBAC) é essencial para operadores e instrutores ao preparar documentação, placares de performance e operações de ferry ou certificadas.

Para instrutores e alunos: incorpore exercícios práticos de planejamento de missão com diferentes configurações de assentos/carga, simulações de density altitude e operação de sistemas avionics conectados. Essas competências aumentam a Segurança de Voo e a prontidão operacional para tirar pleno proveito das características do Kodiak 900.

Em resumo: a certificação pela ANAC abre caminho para entregas locais e exige preparação técnica e operacional por parte de pilotos, operadores e equipes de manutenção — uma oportunidade de evolução para a aviação regional brasileira.

Fonte: Daher; homologações FAA e EASA; anúncio oficial da Daher Aircraft Division no Brasil.


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