- O que aconteceu: O Abra Group, que inclui Avianca e Gol, estuda incorporar jatos de menor porte e avalia Embraer E195-E2 e Airbus A220.
- Por que importa: A frota intermediária pode conectar mercados secundários na América Latina e fechar a lacuna entre regionais e A320/737.
- O que muda na prática: Possível impacto em escala de tripulantes, treinamentos de transição e planejamento de manutenção nas operações Brasil–Colômbia–América Central.
Por Redação EPA
Em movimento estratégico, o Abra Group confirmou que avalia os jatos Embraer E195-E2 e Airbus A220 para fortalecer voos regionais na América Latina.
Segundo Francisco Raddatz, vice-presidente sênior de Frota e Compras, a análise ocorre mesmo com uma carteira robusta de narrowbodies e widebodies; nas notícias da aviação, o destaque é a possível entrada de aeronaves de capacidade intermediária para mercados secundários.
O grupo já tem cerca de 135 A320neo encomendados (além de 50 opções), leasing para até sete A330neo e um memorando para quatro A350-900. Ainda assim, Raddatz reconhece uma lacuna entre os regionais e os A320/737, faixa onde E195-E2 e A220 operam com eficiência. A decisão, diz ele, dependerá de timing, condições de mercado e disponibilidade de slots de produção, e as discussões seguem em andamento.
Raddatz reforçou que as análises do Abra são independentes de decisões de concorrentes, como LATAM e Azul, e que a demanda por jatos regionais é ampla, especialmente no Brasil, na Colômbia e na América Central. Em paralelo, a American Airlines apresentou no JFK seu primeiro A321XLR como parte da estratégia de ampliar conectividade para Europa e América do Sul.
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Piloto: possível abertura de vagas e necessidade de treinamento de transição (diferenças) para tipo E-Jet E2 ou A220; foco em performance de pista curta e arremetidas estabilizadas.
- Mecânico: preparação para novos motores (ex.: Pratt & Whitney GTF no A220, Pratt GTF PW1900G no E2), ferramental específico e qualificação em sistemas avançados de manutenção preditiva.
- Aluno/Comissário: oportunidades em bases secundárias; atenção a SOPs padronizados para operações em aeroportos com infraestrutura limitada.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
A faixa de capacidade do E195-E2 e do A220 atende rotas de menor densidade com alcance suficiente para conectar capitais e cidades secundárias. Isso pode reduzir pressões de yield e melhorar a adequação de aeronave ao perfil de demanda, com impacto direto em segurança via planejamento operacional mais preciso (peso e balanceamento, gradientes de subida, e MEL aplicável).
Para tripulações, a transição demanda foco em gerenciamento de automação, FMS e envelopes de proteção específicos de cada tipo, além de procedimentos de de-icing, desempenho em pista curta e operações em alta elevação/temperatura (hot and high). Para manutenção, cresce a relevância de monitoramento de condição (CBM) e coordenação de cadeia logística para peças de nova geração.
Regulação: operações regulares são regidas pelo RBAC 121 (Brasil), que define requisitos de operações, treinamento e manutenção de empresas aéreas; eventuais operações sob contratos e bases específicas devem observar também o RBAC 135 (táxi aéreo) quando aplicável. Em rotas internacionais, padronizações ICAO sustentam despacho, MEL e qualificações de tripulação. Para quem acompanha notícias aviação, pontos-chave serão certificações de tipo, aprovação de manuais e qualificação de simuladores.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: O Abra Group estuda aeronaves de menor porte e avalia E195-E2 e A220 para mercados secundários na América Latina.
- Confirmado: O grupo mantém pedidos de ~135 A320neo (+50 opções), leasing para até 7 A330neo e MoU para 4 A350-900.
- Confirmado: Decisão dependerá de momento, condições de mercado e slots de fábrica; discussões seguem em andamento.
- Confirmado: A avaliação é independente de decisões de LATAM e da frota da Azul.
- Confirmado: A American Airlines apresentou seu A321XLR no JFK, com foco em ampliar conectividade, inclusive para a América do Sul.
- Em apuração: Qual aeronave (E195-E2 ou A220) será escolhida, prazos de entrega e quantidade de unidades.
- Em apuração: Qual empresa do grupo (Avianca, Gol ou outra operação) operará os jatos e como será a configuração interna.
Mini-glossário (1 minuto)
- E195-E2: Segunda geração do E-Jet da Embraer, com novos motores GTF, asa redesenhada e menor consumo.
- A220: Jato de corredor único da Airbus para 100–150 assentos, focado em eficiência em rotas de média distância.
- Wet-lease: Arrendamento de aeronave com tripulação, manutenção e seguro fornecidos pela empresa arrendadora.
Fontes consultadas
- FlightGlobal — entrevista com Francisco Raddatz
- American Airlines Newsroom — apresentação do A321XLR (JFK)
- Embraer — Família E2 (página do fabricante)
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