- O que aconteceu: Três fuselagens de Boeing 737-300/500 da Blue Air foram leiloadas pela Azitis, sem motores; lances superaram €44 mil cada.
- Por que importa: Mostra caminhos técnicos de aeronaves fora de serviço e abre nichos em hotelaria/entretenimento; útil para entender desativação, logística e compliance.
- O que muda na prática: Gera oportunidades em desmontagem (part-out), transporte e conversão; exige documentação, segurança de solo e conformidade regulatória.
Por Redação EPA
Três fuselagens de Boeing 737 que pertenceram à Blue Air foram leiloadas na Romênia, e o leiloeiro sugere conversão em hotéis e restaurantes.
O movimento ganhou tração nas notícias da aviação ao envolver aeronaves sem motores, arrematadas por valores superiores a €44.000 cada, segundo a plataforma Azitis.
De acordo com o COO da Azitis, Flavius Drăghici, outras duas fuselagens aguardam transporte no Aeroporto de Otopeni, em Bucareste, e novos leilões já estão programados. As unidades vendidas são dos modelos Boeing 737-300 e 737-500, adquiridas por empresários romenos — um deles, de Brașov, planeja construir um hotel dentro de um avião.
Todas as aeronaves pertenceram à Blue Air, que entrou em insolvência em 22 de março de 2023 e foi declarada falida em julho de 2025; a empresa está sob controle estatal.
A Azitis também lista outros dois Boeing 737-500 com mais equipamentos e motores, porém sem aeronavegabilidade válida, com preço inicial de €238.250 cada.
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Piloto/aluno: entender o ciclo de vida da aeronave (armazenagem, desativação, destinação) e limites de aeronavegabilidade; oportunidade de estudo de documentação técnica.
- Mecânico: processos de desmonte/part-out, manuseio de materiais perigosos, preservação e traçabilidade de componentes; práticas de segurança em solo.
- Gestão/logística: transporte terrestre de fuselagens exige licenças, rotas e avaliação estrutural; conversão demanda projeto, orçamentos e conformidade com autoridades locais.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
A conversão de células sem motores em espaços fixos (hotel/restaurante) requer descaracterização como aeronave, remoção de fluidos e sistemas, desenergização, isolamento de materiais e análise estrutural para uso estático.
Regulatórios de referência: RBAC 43 (Brasil) — define quem e como pode executar e registrar serviços de manutenção; RBAC 21 — trata de projeto/certificação de produtos aeronáuticos. Na Europa, atividades de manutenção seguem a EASA Part-145 (organizações de manutenção aprovadas). Para conversões civis estáticas, aplicam-se normas de construção locais.
Segurança em solo: planejamento de içamento e transporte, controle de riscos de corte e solda, EPIs, gerenciamento de resíduos e certificação de estruturas de apoio. Para escolas, células fora de serviço podem virar mockups para evacuação, CRM e sistemas, agregando treinamento prático. Para quem acompanha notícias aviação, o caso ilustra como o fim de ciclo pode gerar novos usos e empregos.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: três fuselagens de Boeing 737-300/500 da Blue Air foram leiloadas pela Azitis; valores acima de €44 mil por unidade.
- Confirmado: leiloeiro sugere uso temático; um empreendedor de Brașov planeja hotel; duas fuselagens aguardam transporte em Otopeni; há dois 737-500 adicionais listados com motores (lance inicial €238.250).
- Em apuração: cronograma de transporte, locais de instalação, licenças específicas para conversão e a destinação final de cada fuselagem.
Mini-glossário (1 minuto)
- Fuselagem: estrutura principal do avião que abriga cabines, porões e sistemas.
- Certificado de Aeronavegabilidade (CofA): documento que atesta que a aeronave atende aos requisitos para voar.
- Part-out: desmontagem de aeronaves para reaproveitamento e venda de componentes com traçabilidade.
Fontes consultadas
- Azitis (Romênia) — comunicado e listagens de leilão
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