Ejeção acidental mata dois pilotos russos em abrigo militar

O fato

Dois tripulantes da Força Aeroespacial da Rússia morreram após serem ejetados acidentalmente de um jato de combate estacionado dentro de um abrigo coberto em uma base não divulgada. O episódio, divulgado inicialmente pelo canal Fighterbomber, indica que o sistema de ejeção foi acionado durante procedimentos em solo, projetando piloto e navegador contra a estrutura rígida do teto, com ferimentos fatais instantâneos.

O Ministério da Defesa russo ainda não confirmou o modelo da aeronave; fontes especializadas apontam para um Sukhoi Su-34 ou Su-24, ambos bipostos. A comissão estatal de investigação deve divulgar um relatório preliminar nas próximas semanas.

Análise técnica e educacional

Como instrutor de voo e jornalista especializado, destaco que este é um acidente típico de risco durante manutenção e operações em solo envolvendo assento ejetável. Assentos modernos combinam cargas pirotécnicas e motores foguete para impulsionar o tripulante para fora da aeronave, seguidos por etapas de desaceleração e abertura de paraquedas. Esses sistemas são projetados para emergências em voo; em abrigo com teto baixo, o ocupante pode atingir estruturas antes que mecanismos de desaceleração e abertura atuem.

Termos essenciais:

  • Assento ejetável — sistema que remove o tripulante da aeronave usando sequências pirotécnicas/reativas; inclui intertravamentos, cadeias de disparo e etapas de desaceleração.
  • Intertravamento de segurança — dispositivos ou procedimentos que impedem acionamentos involuntários em solo; sua falha é uma causa comum em ejeções acidentais.

Possíveis fatores causais, sem afirmar conclusões do inquérito: falha em intertravamentos, curto-circuito elétrico, erro de procedimento durante checagens em solo, ou degradação/atraso na substituição de cargas pirotécnicas. Investigações técnicas costumam incluir exame de registros de manutenção, histórico de incidentes, condição dos assentos e entrevistas com a equipe de solo.

Para estudantes de pilotagem e mecânicos, as lições práticas são claras:

  • Respeitar rigorosamente os procedimentos de bloqueio físico (safety pins) e checagens pré-solo; nunca remover dispositivos de armar sem autorização e checagem do status da aeronave.
  • Em manutenção, tratar componentes pirotécnicos como material explosivo; seguir as ordens técnicas do fabricante e as fichas de segurança.
  • Documentar e reportar anomalias elétricas e sinais de desgaste; pequenas irregularidades podem evoluir para falhas catastróficas.
  • Para pilotos, manter briefing claro com a equipe de solo sobre sequências de trabalho e assegurar que todos os intertravamentos estejam confirmados antes de quaisquer operações que envolvam sistemas sensíveis.

Historicamente, não é um caso isolado: em 2021 houve incidentes semelhantes envolvendo um Tu-22M3 e um Su-30SM, que demonstram a repetição do risco quando cultura de manutenção e renovação de frota são insuficientes. A recorrência aumenta a pressão por revisões de procedimentos e por inspeções mais frequentes em sistemas que envolvem Segurança de Voo.

Para quem estuda aviação, este episódio reforça que conhecimento teórico sobre sistemas (como cadeias de disparo do assento e os princípios de aviação segura) deve sempre ser complementado por disciplina operacional e cultura de reporte transparente — pilares da Segurança de Voo.


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