Chamas no motor do A330neo da TAP no Porto: entenda o start a frio

• O que aconteceu: Durante a partida de um Airbus A330-900neo da TAP no Aeroporto do Porto, uma labareda breve foi vista no escapamento de um motor Rolls‑Royce Trent 7000, em uma manhã fria.
• Por que importa: O efeito pode ocorrer por atraso de ignição e acúmulo de combustível na câmara de combustão; é, em geral, momentâneo e tratado por procedimentos padronizados.
• O que muda na prática: Reforça disciplina de partida: monitorar parâmetros, estar pronto para interromper o start anormal, coordenar com o solo e registrar/inspecionar conforme manuais.

Por Redação EPA

Um Airbus A330-900neo da TAP Air Portugal chamou atenção após chamas saírem do escapamento durante a partida no Aeroporto do Porto; pelas informações disponíveis, trata-se de efeito pontual associado a atraso de ignição.

O vídeo, do canal SpotterPorto, circulou nas notícias da aviação na última semana e mostra vapor de condensação seguido de uma chama breve durante o start.

Segundo as fontes consultadas, em madrugadas frias e especialmente na primeira partida do dia, pode haver acúmulo de combustível na câmara de combustão e ignição levemente tardia no Rolls‑Royce Trent 7000, o que explica a labareda observada. Não há, nas fontes, indicação de consequências operacionais após o episódio.

O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)

• Pilotos: Monitore N2, EGT e fluxo de combustível desde a introdução de fuel; esteja pronto para aplicar o checklist de Abnormal Start (ex.: EGT rápida, estagnação de N2) e seguir o ECAM/FCOM.
• Coordenação com solo: Mantenha fire guard posicionado, comunicação clara via interfone/sinais e área livre de FOD/pessoas antes do start.
• Mecânicos: Após labareda visível, avalie necessidade de inspeção visual do escapamento e registros no CMC/tech log; siga AMM/MOE e MEL aplicáveis.
• Treino: No simulador, revise Hot Start, Tailpipe Fire e Dry/Wet Crank; pratique critérios de interrupção de partida por tempo/temperatura.

Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução

O cenário é compatível com atraso de ignição: combustível atomizado entra antes da chama se estabilizar, gerando combustão tardia que pode produzir labareda no escapamento. Em motores grandes como o Trent 7000, a lógica de ignição e a inércia térmica ajudam a dissipar rapidamente, desde que parâmetros permaneçam dentro dos limites.

Procedimentalmente, o foco está em: respeitar limites de EGT/tempo de start; interromper se houver tendência de excedência; executar dry crank quando prescrito; e coordenar inspeção conforme manuais (AFM/FCOM/AMM). Para operadores, a capacitação recorrente deve cobrir Abnormal Start e comunicação com equipe de solo no SMS.

No Brasil, RBAC 121/135 (ANAC) exigem programas de treinamento e manuais operacionais atualizados; na Europa, operadores seguem EASA (Part-ORO/Part-145) com ênfase semelhante em procedimentos e manutenção. Para quem acompanha notícias aviação, a lição é reforçar standardization e disciplina de cabine/solo.

O que sabemos e o que ainda falta confirmar

• Confirmado: Partida de um A330-900neo da TAP no Aeroporto do Porto registrou labareda breve no escapamento após vapor de condensação (vídeo do SpotterPorto, semana passada).
• Confirmado: Aeronave equipada com motores Rolls‑Royce Trent 7000; fontes atribuem o efeito a acúmulo de combustível e ignição levemente tardia, comum na primeira partida do dia e em clima frio.
• Em apuração: Posicionamento oficial da TAP, existência de inspeções/ações de manutenção subsequentes e quaisquer mensagens de sistema registradas durante o start.

Mini-glossário (1 minuto)

• Atraso de ignição: Breve defasagem entre a introdução de combustível e o início da combustão estável no motor, podendo gerar chama momentânea.
• Tailpipe fire: Combustão residual no escapamento por combustível não queimado; trata-se com dry crank conforme manual, sem adicionar combustível.
• EGT (Exhaust Gas Temperature): Temperatura dos gases de escape; parâmetro crítico para aceitar ou interromper a partida.

Fontes consultadas

• SpotterPorto — registro em vídeo (semana passada)
• Rolls‑Royce — Trent 7000 (visão geral técnica)
• Airbus — A330neo (página do produto)

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