- O que aconteceu: A United Airlines recolocou em pauta o uso do Preferential Bidding System (PBS), baseado em algoritmos, para montar escalas de comissários.
- Por que importa: A decisão impacta previsibilidade, flexibilidade de folgas e transparência na distribuição de voos — temas centrais para carreira e bem‑estar da tripulação.
- O que muda na prática: Se adotado, o PBS substitui a escolha por senioridade por um sistema de preferências ponderadas, priorizando necessidades operacionais da empresa.
Por Redação EPA
A United Airlines voltou a discutir a adoção de um sistema de IA para definir escalas de comissários, reabrindo um debate interno que havia sido suspenso em abril.
Segundo o site PYOK, especializado em tripulação, a reintrodução do Preferential Bidding System (PBS) entrou nas negociações após os comissários rejeitarem, em julho, um acordo preliminar — tema que volta ao radar das notícias da aviação por afetar rotina e transparência de alocação.
Linha do tempo: em abril, o sindicato AFA‑CWA conseguiu suspender a implementação do PBS por meio de carta lateral. Em julho, a categoria rejeitou um acordo que trazia garantias contra a substituição do modelo atual. Agora, com as conversas retomadas, a empresa pressiona pela modernização do processo, enquanto o sindicato mantém ressalvas sobre a opacidade do algoritmo.
Como funciona o PBS: mensalmente, comissários enviam preferências (destinos, folgas, horários a evitar). O software calcula as escalas, equilibrando escolhas individuais com as necessidades operacionais — estas, com prioridade. Hoje, a United adota seleção por senioridade sobre viagens pré‑definidas, método considerado mais transparente, porém menos flexível para quem tem menos tempo de casa.
O sindicato critica a dificuldade de auditar por que determinada preferência não foi atendida, o que dificulta contestação. A United afirma buscar modernizar o sistema de escalas em conjunto com a AFA‑CWA e relata avanços paralelos em hospedagem e notificações eletrônicas.
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Comissários: mais opções de preferências, porém com necessidade de registrar lances e critérios para eventual contestação. Mantenha histórico das submissões mensais.
- Gestão de fadiga: planejamento de descanso continua central; independentemente do algoritmo, cumpra limites regulatórios e reporte fadiga conforme política da empresa.
- Pilotos e manutenção: eventuais ajustes de tripulação podem refletir em trocas de pairing e janelas de manutenção; acompanhe comunicados operacionais e NOTAM internos.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
Algoritmos de escala podem aumentar flexibilidade, mas exigem transparência e trilhas de auditoria para garantir justiça, previsibilidade e aderência às regras de jornada e descanso.
No Brasil, o RBAC 121 (Regulamento Brasileiro da Aviação Civil para operações regulares) define parâmetros de tripulação, jornada e descanso; nos EUA, o tema é abrangido pelo 14 CFR Part 121 e regras específicas da FAA para comissários. Não há indicação de descumprimento regulatório nesta negociação, mas qualquer PBS deve respeitar esses limites.
Boas práticas recomendadas: inclusão de logs de decisão, relatórios explicáveis para cada escala negada, e integração com um FRMS (Fatigue Risk Management System). Treinamento de usuários no uso do PBS reduz erros de input e frustração. Para o leitor, vale acompanhar comunicados oficiais da companhia e do sindicato — e registrar eventuais inconsistências de forma objetiva (data, voo, preferência, resultado).
Em termos de comunicação interna, um canal claro para dúvidas e apelações e SLAs definidos para resposta ajudam a reduzir conflitos. Para leitores que acompanham aviação noticias, atenção às próximas versões do acordo coletivo.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: United recolocou o PBS nas negociações após suspensão anterior em abril.
- Confirmado: Em julho, os comissários rejeitaram um acordo preliminar que continha garantias contra a substituição do sistema atual.
- Confirmado: O sindicato AFA‑CWA aponta falta de transparência do PBS; a empresa cita intenção de modernizar o processo e melhorias em hospedagem e notificações.
- Em apuração: Cronograma de implementação, parâmetros de auditoria do algoritmo, salvaguardas para novos contratados e política de contestação.
Mini-glossário (1 minuto)
- PBS (Preferential Bidding System): software que monta escalas com base em preferências e necessidades operacionais.
- Senioridade: critério de tempo de serviço usado para priorizar a escolha de viagens e folgas.
- FRMS: sistema de gerenciamento do risco de fadiga, combinando dados operacionais, ciência do sono e políticas internas.
Fontes consultadas
- PYOK (materiais citados na pauta; data informada como quinta‑feira, 11)
- Comunicações do sindicato AFA‑CWA citadas na pauta
- Posicionamentos da United citados na pauta
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