- O que aconteceu: Referência Capital e Helitron anunciaram o Helicentro BSB para janeiro de 2026, com três novos helipontos homologados e clube de negócios.
- Por que importa: Brasília pode se tornar hub de aviação executiva de asas rotativas, abrindo rotas regionais e ampliando a infraestrutura hoje concentrada no Sudeste.
- O que muda na prática: Mais demanda por operações e manutenção de helicópteros, padronização operacional e oportunidades de carreira em solo e voo na capital federal.
Por Redação EPA
Brasília deve ganhar, em janeiro de 2026, o Helicentro BSB — iniciativa da Referência Capital, com operação a cargo da Helitron — que inclui três novos helipontos homologados, cada um com estacionamento para até 25 helicópteros. A proposta é criar uma rede de pouso e decolagem integrada a um clube de negócios voltado a proprietários de aeronaves.
O Brasil possui a 2ª maior frota de helicópteros comerciais do mundo (1.798 aeronaves) e 1.365 helipontos registrados, segundo a empresa. Cerca de 90% dessa estrutura está no Sudeste. A demanda por mobilidade executiva cresce até 8% ao ano, o que motiva a expansão para o Distrito Federal.
O modelo de negócio prevê venda de cotas de aeronaves entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões, com adesão condicionada à posse de aeronave e possibilidade de parcelamento com garantia imobiliária (parcelas a partir de R$ 7 mil). O clube promete eventos e experiências exclusivas para networking empresarial.
Na operação inicial, a Helitron planeja rotas partindo de Brasília para Goiânia, Chapada dos Veadeiros, Unaí, Pirenópolis, Anápolis e Rio Verde, encurtando deslocamentos estratégicos na região Centro-Oeste. Há previsão de expansão para outras capitais e negociação de patrocínio com bancos para naming rights da sala VIP.
O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)
- Pilotos de helicóptero (RBAC 61 – licenças e habilitações): potencial de mais horas e demanda por padronização em operações executivas VFR, voos privados (RBAC 91 – regras gerais) e, quando aplicável, táxi-aéreo (RBAC 135 – transporte público de passageiros).
- Mecânicos (TMA – RBAC 43: manutenção): chance de vagas em GMP, célula e aviônicos para frotas típicas do segmento executivo, com foco em disponibilidade, confiabilidade e gestão de estoque.
- Alunos e recém-formados: oportunidades em operações de solo, despacho/coordenação, safety (SMS) e atendimento a proprietários, além de treinamento voltado a performance em altitude e clima do Planalto Central.
Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução
Helipontos homologados e maior fluxo de asas rotativas em Brasília exigem disciplina de planejamento VFR, leitura de NOTAM (aviso ao aeronavegante) e acompanhamento de METAR/TAF (boletins meteorológicos). A coordenação com o controle de tráfego local e o respeito a rotas e altitudes publicadas em AIP Brasil (publicação de informação aeronáutica do DECEA) reduzem conflitos de tráfego.
Em Brasília, a altitude de campo e as temperaturas elevadas impactam a performance em pairado (HOGE/HIGE). Treinamento recorrente para cálculo de peso e balanceamento, curva de potência e distâncias para decolagem/pouso em áreas confinadas é essencial. A padronização de procedimentos de arremetida, aproximações estabilizadas e gestão de risco de obstáculo/fios deve constar nos SOPs.
Ruído e impacto urbano: operações executivas precisam de trajetórias que minimizem sobrevoo de áreas sensíveis, obedecendo cartas e procedimentos locais. O SMS do operador deve mapear pontos de risco (ventos de vale/edificações, turbulência mecânica, rajadas) e estabelecer barreiras de defesa, incluindo briefings, checklists e limites operacionais.
Compliance regulatório: voos privados seguem o RBAC 91 (regras gerais) e voos remunerados o RBAC 135 (táxi-aéreo). A manutenção deve atender o RBAC 43 (manutenção e registros). Infraestrutura e informação aeronáutica devem estar publicadas no AIP/ROTAS e atualizadas via NOTAM (DECEA). Para tripulações, a qualificação e proficiência IFR não são comuns em helicópteros executivos no Brasil, portanto o foco tende a ser VFR dia/noite conforme habilitação e equipamentos.
O que sabemos e o que ainda falta confirmar
- Confirmado: Inauguração do Helicentro BSB prevista para janeiro de 2026, com três helipontos e capacidade de até 25 helicópteros por local.
- Confirmado: Modelo de cotas (R$ 500 mil a R$ 5 milhões), adesão condicionada à posse de aeronave e parcelas a partir de R$ 7 mil com garantia imobiliária.
- Confirmado: Rotas iniciais previstas: Goiânia, Chapada dos Veadeiros, Unaí, Pirenópolis, Anápolis e Rio Verde; operação pela Helitron.
- Em apuração: Detalhes de homologação e publicação das informações no AIP Brasil/NOTAM, regras operacionais locais e procedimentos de redução de ruído.
- Em apuração: Cronograma exato das obras do aeroclube e a relação entre a previsão citada para agosto e a inauguração em janeiro de 2026.
- Em apuração: Definição de patrocínio e naming rights da sala VIP.
Mini-glossário (1 minuto)
- RBAC 61: Regulamento da ANAC que trata de licenças e habilitações de tripulantes.
- RBAC 135: Regulamento da ANAC para operações de transporte público de passageiros (táxi-aéreo).
- HOGE/HIGE: Pairado fora/no efeito solo; afeta potência requerida e segurança em decolagens/pousos.
Fontes consultadas
- Informações fornecidas pela Referência Capital (comunicado à imprensa)
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