Antonov An-26 destruído na Crimeia — impacto na segurança operacional - Notícias da Aviação

O que aconteceu: Um Antonov An-26 da Força Aérea russa foi destruído por um ataque de drone enquanto decolava do Aeroporto de Kacha, na península da Crimeia.
Por que importa: Além da perda de uma aeronave de transporte e de sistemas radar (64N6E e 55Zh6M “Nebo-M”), o episódio destaca riscos à operação de solo, proteção de ativos e procedimentos de sobrevivência em ambiente de ameaça.
O que muda na prática: prioridade reforçada em procedimentos de solo, avaliações de risco antes de movimentos em pista e revisão de treinamentos de sobrevivência e proteção de ativos.

Por Redação EPA

Vídeos divulgados por canais ucranianos, incluindo a unidade Prymary da Divisão de Inteligência da Ucrânia, mostram um An-26 com motores acionados preparando-se para decolagem na cabeceira do Aeroporto de Kacha, ao norte de Sebastopol. Fontes de defesa ucranianas também afirmam ter atingido dois radares de longo alcance: o 55Zh6M “Nebo‑M” e o 64N6E.

Canais russos relataram mortos e feridos, mas não há números oficiais confirmados publicamente. Relatos ucranianos citam que a aeronave era empregada para transporte de pessoal e equipamentos. Em setembro, ataques em mesma base já haviam destruído um Be‑12 anfíbio e um Mi‑8.

O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)

Pilotos: reforçar briefing de solo e avaliar risco de movimentação com motores acionados; considerar protocolos alternativos de partida/taxi em zonas de risco.
Mecânicos: priorizar proteção de aeronaves em solo, revisitar planos de salvaguarda de equipamentos críticos e procedimentos de desligamento/isolamento rápido.
Alunos e instrutores: incorporar cenários de operação em ambiente hostil em treinamentos de CRM e sobrevivência, e enfatizar gestão de ameaças no ground handling.

Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução

O ataque ocorreu durante a sequência crítica de saída para pista, quando aeronaves estão vulneráveis: motores acionados, pessoal no solo, combustível carregado e menor capacidade de evasão. Em ambiente de ameaça por drones, os pontos mais críticos são tempo de exposição durante partida, procedimentos de taxi e arranjos de proteção física (abrigos, dispersão, hardening).

Procedimentos recomendados:

Revisar listas de verificação para minimizar tempo em solo com potência elevada — avaliar possibilidade de partida/rolamento com pessoal mínimo exposto.
Planejar pontos de dispersão para aeronaves valiosas e rotinas de armazenamento de sensores/eletrônica sensível quando não operando.
Treinar respostas rápidas a incêndio e abandono de área com cenários de ataque por UAS/drones integrados ao SIM de emergência.

Regulação e referências práticas: citar RBAC 91 (regras de operação de aeronaves civis no Brasil — estabelece requisitos básicos de segurança operacional) e NOTAM (aviso aeronáutico — informa condições temporárias que afetam operações). Mesmo sendo um incidente militar, princípios de gestão de risco, proteção de solo e CRM são aplicáveis a operações civis e instructivas.

O que sabemos e o que ainda falta confirmar

Confirmado: Vídeos e mensagens de fontes ucranianas mostram um An-26 atingido em Kacha enquanto decolava; defesa ucraniana afirma ter também atingido radares 55Zh6M e 64N6E.
Confirmado: Relatos de mídia russa mencionam mortos e feridos na base, sem número oficial divulgado.
Em apuração: número preciso de vítimas, causas técnicas internas (se houver falha ou ingestão de detritos) e confirmação independente da destruição dos radares por fontes de terceiros.

Mini-glossário (1 minuto)

RBAC 91: regras brasileiras de operação de aeronaves civis; define requisitos básicos de segurança operacional.
S-300: família de sistemas de defesa aérea de longo alcance; usa radares como o 64N6E para detecção e acompanhamento.
NOTAM: aviso aeronáutico temporário que informa condições que afetam operações de voo e segurança.

Fontes consultadas

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