Mexicana aposenta 737 e padroniza frota E2; sete E190-E2 chegam no próximo ano

• O que aconteceu: A Mexicana deixou de operar Boeing 737 e passou a voar somente com jatos Embraer E2; já são cinco E195-E2 entregues e sete E190-E2 chegam no próximo ano.
• Por que importa: Padronização de frota reduz complexidade operacional, facilita treinamento, manutenção e gestão de segurança em operações regulares.
• O que muda na prática: Tripulações e manutenção focam no ecossistema E-Jets E2; E190-E2 terá 108 assentos, cobrindo rotas regionais e ampliando flexibilidade de capacidade.

Publicado em: {{data_publicacao}} — Atualizado em: {{data_atualizacao}} • Por Redação EPA

A companhia aérea estatal Mexicana confirmou que não opera mais Boeing 737 após receber o quinto Embraer E195-E2. Segundo o diretor-geral Leobardo Ávila Bojórquez, os 14 destinos da malha já são atendidos pela nova frota E2, enquanto os 737 estão em processo de devolução à Força Aérea Mexicana.

No próximo ano, a empresa receberá as primeiras sete unidades do Embraer E190-E2, configuradas para 108 assentos. O restante do pedido — três E190-E2 e cinco E195-E2 — tem entrega prevista para 2027.

A Mexicana nasceu do projeto governamental de retomada da marca, com foco em conectividade regional e tarifas mais baixas. Inicialmente, a operação cogitou 737 MAX; diante de atrasos em pagamentos e certificação, voou com 737 da Força Aérea para agilizar a certificação, e depois firmou encomenda de 20 jatos E2. Executivos afirmam que não há planos para outros tipos além da família Embraer E2.

O que isso muda na prática (piloto, mecânico e aluno)

• Pilotos: transição e padronização no E2 simplificam SOPs e treinamentos, com foco em automação, FMS comum entre E190-E2 e E195-E2 e CRM específico da família.
• Mecânicos: manutenção orientada por MSG-3 do E2, ferramental e publicações técnicas unificadas (AMM, MEL), e planejamento de checks alinhado à nova frota.
• Alunos e comissários: oportunidades de carreira em frota nova; reforço de inglês técnico e procedimentos em operações regulares (equivalentes à Parte 121).

Análise Técnica EPA: segurança operacional e instrução

A padronização em uma única família (E190-E2/E195-E2) reduz variabilidade de cabine e de manutenção, diminuindo risco operacional e custos de formação. Em empresas de transporte aéreo regular (Parte 121 — no Brasil, RBAC 121), isso impacta positivamente a gestão de SMS, treinamento recorrente e despacho.

Para tripulações, a comunalidade de sistemas e filosofia de automação do E2 melhora a transferência de proficiência entre variantes, encurtando cursos de diferença (differences training). O foco deve permanecer em gerenciamento de automação, estabilização na aproximação e aderência a SOPs.

Na manutenção, programas baseados em MSG-3 e intervalos estendidos de inspeção contribuem para disponibilidade. A adoção de uma MEL consistente por tipo simplifica a tomada de decisão de despacho e reduz a probabilidade de erros de configuração.

Do ponto de vista operacional, a chegada do E190-E2 (108 assentos) dá flexibilidade de capacidade para rotas regionais, ajustando oferta/demanda com menor penalização de custo por assento em mercados menores, mantendo padrões de segurança e regularidade.

O que sabemos e o que ainda falta confirmar

• Confirmado: Mexicana desincorporou os Boeing 737 e está devolvendo-os à Força Aérea Mexicana.
• Confirmado: Cinco E195-E2 foram entregues; sete E190-E2 chegam no próximo ano, configurados para 108 assentos.
• Confirmado: Entregas remanescentes (3 E190-E2 e 5 E195-E2) estão previstas para 2027; não há planos de incorporar outros tipos além do E2.
• Em apuração: Cronograma detalhado das entregas no próximo ano, bases de manutenção e treinamento, e distribuição dos E190-E2 pelas rotas.

Mini-glossário (1 minuto)

• E-Jets E2: Segunda geração da família regional da Embraer, com melhorias de eficiência, alcance e aviônica.
• Type Rating (Habilitação de Tipo): Certificação específica exigida para operar aeronaves complexas de grande porte.
• MEL (Minimum Equipment List): Lista que define o que pode estar inoperante para despacho seguro e legal do voo.

Fontes consultadas

• A21 (entrevista com o diretor-geral, data conforme publicação)
• AEROIN (cobertura FAMEX 2025, data conforme publicação)
• Embraer — Família E2 (página institucional)

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