Desvio de fundos Arik Air: ex-diretor da AMCON é acusado de usar US$ 3,4 milhões para criar a NG Eagle enquanto DHS compra jatos para deportações

Investigação da EFCC aponta que cerca de US$ 3,4 milhões foram retirados das contas da Arik Air para financiar a NG Eagle, e o DHS confirmou compra de seis Boeing 737 para voos de deportação

Um processo em Lagos revelou que, com acesso privilegiado, executivos teriam transferido recursos da Arik Air para montar a NG Eagle, empresa que começou a operar com ativos e pessoal da companhia aérea.

As acusações incluem conspiração, furto e abuso de poder, e envolvem valores em nairas e dólares, além de bancos e empresas intermediárias relacionadas ao caso.

Os detalhes foram apresentados em depoimento da Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros da Nigéria, conforme informação divulgada pela EFCC.

O que a EFCC acusa e os valores citados

A EFCC denunciou o ex-diretor da Asset Management Corporation of Nigeria, Ahmed Kuru, e seus associados, por suposto desvio de fundos Arik Air que teria financiado a NG Eagle enquanto Kuru ainda chefiava a AMCON.

Segundo documentos e declaração do ex-diretor financeiro da Arik Air apresentados em tribunal, cerca de US$ 3 milhões teriam sido retirados das contas da Arik Air para financiar a NG Eagle, e o total apontado nas acusações alcança aproximadamente US$ 3,4 milhões.

Além dos valores em dólares, o caso menciona fraudes envolvendo 76 bilhões de nairas, equivalentes a US$ 52 milhões, e US$ 31,5 milhões pertencentes à Arik Air, conforme o resumo da acusação divulgado pela EFCC.

Quem são os réus e como a suposta operação teria ocorrido

Além de Kuru, respondem às acusações o administrador judicial nomeado pela AMCON para a Arik Air, Kamilu Alaba Omokide, o ex-CEO da Arik Air, Roy Ilegbodu, o Union Bank of Nigeria e a empresa Super Bravo Ltd.

A denúncia descreve que recursos financeiros, funcionários e ativos da Arik Air foram usados para criar e capitalizar a NG Eagle, enquanto gestores ligados à AMCON teriam supervisionado o processo.

Provas e movimentações judiciais no processo

O investigador da EFCC, Bawa Usman Kaltungo, apresentou documentos e uma declaração do ex-diretor financeiro da Arik Air ao Tribunal de Crimes Especiais de Lagos, no dia 8 de dezembro.

O tribunal admitiu diversas provas da acusação, incluindo uma ordem ex parte e um dispositivo contendo vídeos de aeronaves vandalizadas. Também foi concedida a liberação temporária dos passaportes do segundo e do terceiro réu para renovação e tratamento médico no exterior, com retorno exigido até 2 de janeiro de 2026, e o julgamento prossegue na mesma data.

Relação com bancos e empréstimos, e outras alegações

Um ponto destacado pela acusação é que o Union Bank teria representado falsamente a situação de um empréstimo da Arik Air em 2011, o que teria resultado na transferência de US$ 50 milhões para a AMCON, segundo a denúncia apresentada pela EFCC.

As imputações envolvem comércio de influências e abuso de poder, e a investigação tenta estabelecer a cadeia de apropriação de fundos e responsabilidades de cada envolvido.

Compra de jatos pelo DHS e impacto financeiro nos EUA

Em paralelo à notícia sobre a Arik Air, o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos firmou contrato de aproximadamente US$ 140 milhões com a Daedalus Aviation para a compra de seis jatos Boeing 737, destinados a operações de deportação, conforme reportagem do Washington Post e confirmação do próprio DHS.

A porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, afirmou nas redes sociais que, “essas aeronaves permitirão que o ICE opere de forma mais eficaz, inclusive utilizando padrões de voo mais eficientes”, tradução da declaração divulgada pelo departamento.

O DHS estima que a frota própria poderia gerar economia aos contribuintes, com uma projeção de redução de custos de cerca de US$ 279 milhões, considerando que atualmente o departamento paga em média US$ 8.577 por hora de voo em voos fretados diários, e até US$ 26.795 por hora em voos especiais de alto risco, segundo dados divulgados pelo próprio departamento e relatados pelo Washington Post.

Esses dois casos mostram pontos diferentes da aviação comercial e governamental, um envolvendo alegado desvio de fundos Arik Air e outro ligado a decisões estratégicas de logística e custo do DHS, cada um com implicações legais e orçamentárias importantes.

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